Viver a ajudar, viver a proteger. Viver a ser anjo.
De um lado, floresta queimada e descuidada; do nosso, uma floresta cuidada resultado do trabalho dos Sapadores da freguesia de S. Pedro, do concelho de Manteigas, na área natural da Serra da Estrela.
À medida que íamos subindo a encosta sentíamos o cansaço que os Sapadores sentiam ao fazer aquilo todos os dias e o quanto eles se esforçavam por fazer o seu trabalho.
O início
Após o Estado se ter apoderado dos terrenos baldios para plantação de pinheiros e sua venda, em 1888, começaram a haver desacatos entre pastores e o próprio Estado, no virar do século. Ambos queriam liberdade para utilizar estes terrenos para diferentes fins/objectivos: o Estado queria este terreno para plantar pinheiros para a sua venda; os pastores desejavam-nos para poderem alimentar os seus rebanhos nas matas.
No decorrer desta “guerra”, onde houve fatalidades, criou-se, em 1979, a primeira associação de Sapadores Florestais. Um pouco mais tarde, em 1987, os moradores locais conseguiram retirar os terrenos ao Estado levando-o a tribunal e negociando uma parceria com o mesmo. Acordaram que 60% dos lucros da venda da madeira proveniente deste local seria para as associações de sapadores florestais de baldios e os restantes 40% para o Estado.
Diferentes tipos de Sapadores
Interessa saber que existem dois grandes tipos de sapadores: dum lado existem os Sapadores de baldios, para o povo; por outro os Sapadores Naturais Florestais. Os primeiros ocupam-se a tratar dos terrenos que não pertencem a ninguém concretamente e, por isso, têm mais liberdade ao actuar neles. Os segundos actuam em terrenos particulares e, por isso, estão condicionados às ordens de alguém. “Chamavam-nos de loucos. Depois, quando viram o desastre que conseguimos evitar, deram-nos os parabéns” Sérgio Almeida
Uns anjos chamados sapadores
Os Sapadores desta região têm feito um trabalho que muito tem agradado à população em geral, isto porque têm desenvolvido um conjunto de actividades que, apesar de revelar um certo interesse económico, revela também uma grande preocupação ecológica e ambiental pois encarregam-se de matas abandonadas.
De entre as actividades por si realizadas destacam-se também as manutenções das estradas com o aparo de certas árvores que podiam colidir com os veículos, as acções de sensibilização à população alertando dos perigos dos incêndios e das queimas ao ar livre e as limpezas dos pontos de água utilizados para o combate aos incêndios.
No que toca às técnicas de combate de fogo os Sapadores usam a técnica do contra-fogo. Quando ocorre um incêndio com perigo para a zona de S. Pedro, os sapadores pegam fogo a uma dada região, controlando-o. Assim, quando o primeiro incêndio chega a esta zona, extingue-se porque não há nada para arder.
A prática do contra-fogo não foi bem recebida no início. “Chamavam-nos de loucos. Depois, quando viram o desastre que conseguimos evitar, deram-nos os parabéns e concordaram com o nosso modo de actuar.” frisa Sérgio Almeida, falando acerca de um incêndio ocorrido em 2005 nesta zona e que foi travado devido ao “fogo contra fogo” e que evitou um incêndio maior.
Os apoios
Os Sapadores contam com um mapa de apoio ao combate dos fogos no qual se encontram os pontos de vigia, os pontos de recolha de água (aéreos, terrestres e mistos) e as redes primárias.
A rede primária é um conjunto de faixas florestais com 125m de largura e com extensão variável que está limpa de combustíveis, ou seja, livre de risco elevado de incêndio.
Esta associação conta com o apoio do Estado em 35 mil euros e com o financiamento derivante da venda de madeira. Assim sendo, a venda de árvores na área de S. Pedro é feita tendo em conta o metro cúbico e a qualidade das árvores; o pinheiro-bravo é negociado em 25€-40€ por m3 e o pseudo-tessuga a 45€ por m3.
É sempre importante referir a importância destas pessoas na vida desta região. Para além de se importarem com a fauna e a flora, são também pessoas extremamente humanas e com grande sentido de responsabilidade. Os anjos existem, só que às vezes assumem a expressão de pessoas para estarem mais perto de nós.
Missão Estrela 2009. JRA. Grupo B
De um lado, floresta queimada e descuidada; do nosso, uma floresta cuidada resultado do trabalho dos Sapadores da freguesia de S. Pedro, do concelho de Manteigas, na área natural da Serra da Estrela.
À medida que íamos subindo a encosta sentíamos o cansaço que os Sapadores sentiam ao fazer aquilo todos os dias e o quanto eles se esforçavam por fazer o seu trabalho.
O início
Após o Estado se ter apoderado dos terrenos baldios para plantação de pinheiros e sua venda, em 1888, começaram a haver desacatos entre pastores e o próprio Estado, no virar do século. Ambos queriam liberdade para utilizar estes terrenos para diferentes fins/objectivos: o Estado queria este terreno para plantar pinheiros para a sua venda; os pastores desejavam-nos para poderem alimentar os seus rebanhos nas matas.
No decorrer desta “guerra”, onde houve fatalidades, criou-se, em 1979, a primeira associação de Sapadores Florestais. Um pouco mais tarde, em 1987, os moradores locais conseguiram retirar os terrenos ao Estado levando-o a tribunal e negociando uma parceria com o mesmo. Acordaram que 60% dos lucros da venda da madeira proveniente deste local seria para as associações de sapadores florestais de baldios e os restantes 40% para o Estado.
Diferentes tipos de Sapadores
Interessa saber que existem dois grandes tipos de sapadores: dum lado existem os Sapadores de baldios, para o povo; por outro os Sapadores Naturais Florestais. Os primeiros ocupam-se a tratar dos terrenos que não pertencem a ninguém concretamente e, por isso, têm mais liberdade ao actuar neles. Os segundos actuam em terrenos particulares e, por isso, estão condicionados às ordens de alguém. “Chamavam-nos de loucos. Depois, quando viram o desastre que conseguimos evitar, deram-nos os parabéns” Sérgio Almeida
Uns anjos chamados sapadores
Os Sapadores desta região têm feito um trabalho que muito tem agradado à população em geral, isto porque têm desenvolvido um conjunto de actividades que, apesar de revelar um certo interesse económico, revela também uma grande preocupação ecológica e ambiental pois encarregam-se de matas abandonadas.
De entre as actividades por si realizadas destacam-se também as manutenções das estradas com o aparo de certas árvores que podiam colidir com os veículos, as acções de sensibilização à população alertando dos perigos dos incêndios e das queimas ao ar livre e as limpezas dos pontos de água utilizados para o combate aos incêndios.
No que toca às técnicas de combate de fogo os Sapadores usam a técnica do contra-fogo. Quando ocorre um incêndio com perigo para a zona de S. Pedro, os sapadores pegam fogo a uma dada região, controlando-o. Assim, quando o primeiro incêndio chega a esta zona, extingue-se porque não há nada para arder.
A prática do contra-fogo não foi bem recebida no início. “Chamavam-nos de loucos. Depois, quando viram o desastre que conseguimos evitar, deram-nos os parabéns e concordaram com o nosso modo de actuar.” frisa Sérgio Almeida, falando acerca de um incêndio ocorrido em 2005 nesta zona e que foi travado devido ao “fogo contra fogo” e que evitou um incêndio maior.
Os apoios
Os Sapadores contam com um mapa de apoio ao combate dos fogos no qual se encontram os pontos de vigia, os pontos de recolha de água (aéreos, terrestres e mistos) e as redes primárias.
A rede primária é um conjunto de faixas florestais com 125m de largura e com extensão variável que está limpa de combustíveis, ou seja, livre de risco elevado de incêndio.
Esta associação conta com o apoio do Estado em 35 mil euros e com o financiamento derivante da venda de madeira. Assim sendo, a venda de árvores na área de S. Pedro é feita tendo em conta o metro cúbico e a qualidade das árvores; o pinheiro-bravo é negociado em 25€-40€ por m3 e o pseudo-tessuga a 45€ por m3.
É sempre importante referir a importância destas pessoas na vida desta região. Para além de se importarem com a fauna e a flora, são também pessoas extremamente humanas e com grande sentido de responsabilidade. Os anjos existem, só que às vezes assumem a expressão de pessoas para estarem mais perto de nós.
Missão Estrela 2009. JRA. Grupo B
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